é preciso ser mais organizada, contar o tempo nas horas certas e não como calendário indiposto. o rio de janeiro chuvoso subitamente se traveste: esquinas de melancolia assustada subindo pelos postes. (gosto da idéia do rio de janeiro ter um pau escondido sob os parangolés). cinza é o vento dessa quinta-feira sórdida. 'aviso que sou um canalha', ele disse. bem, eu sequer carrego moedas nos bolsos (e pior: ainda falo por metáforas, desculpe).
a chuva não se decide: se inunda ou se atropela a cidade. (ainda que um venha, necessariamente, seguido do outro, os modi operandi divergem). inundar é construir morada, demolir sigilos, navios de caos e sutilezas. atropelar é arrancar as chaves, trocar as fechaduras e desaparecer rumo à berlim.
da minha parte, sou feita de chuva e cinzas, meu bem. você, até agora, pareceu matéria-prima de inundações. (da janela, avisto: a chuva decidiu, por fim, inundar a cidade).
ei, você, com o candelabro, na cozinha: quem vai atropelar agora?
a chuva não se decide: se inunda ou se atropela a cidade. (ainda que um venha, necessariamente, seguido do outro, os modi operandi divergem). inundar é construir morada, demolir sigilos, navios de caos e sutilezas. atropelar é arrancar as chaves, trocar as fechaduras e desaparecer rumo à berlim.
da minha parte, sou feita de chuva e cinzas, meu bem. você, até agora, pareceu matéria-prima de inundações. (da janela, avisto: a chuva decidiu, por fim, inundar a cidade).
ei, você, com o candelabro, na cozinha: quem vai atropelar agora?