por aqui, todos já foram embora: largaram os vestidos, os copos, os relógios e apesar das promessas de volta na segunda-feira, a ressaca das janelas já continha o murmuro dos próximos dias. alice levantou-se, lavou as mãos, as colocou de volta nos bolsos, contou quantos vermelhos foram despedaçados entre os tapetes e sentou para escrever uma carta.
começava assim:
setembro de 2010,
começava assim:
setembro de 2010,
daqui a quinze anos, talvez você se lembre dessa noite como aquela em que perdera as chaves em uma estranha festa de despedida, na qual nenhum dos convidados sabia para onde - e nem quando - a dona da casa iria viajar. sabiam apenas que ela iria; o que frisava a todo instante.
vejo da minha cozinha o desespero do marinheiro perdido, arremessado sem os botes salva-vidas. talvez você ligue para um amigo, e pergunte se ele viu. talvez você até tenha deixado a cópia com alguém (o que eu não acredito). pessoas prevenidas não arriscam nuvens em festas de despedidas.
levarei o molho de metal comigo: há uma verde brilhante, bregamente brilhante, talvez seja a da garagem. um dia, estivemos perto o suficiente para eu lhe roubar as chaves.
daqui a quinze anos.
vejo da minha cozinha o desespero do marinheiro perdido, arremessado sem os botes salva-vidas. talvez você ligue para um amigo, e pergunte se ele viu. talvez você até tenha deixado a cópia com alguém (o que eu não acredito). pessoas prevenidas não arriscam nuvens em festas de despedidas.
levarei o molho de metal comigo: há uma verde brilhante, bregamente brilhante, talvez seja a da garagem. um dia, estivemos perto o suficiente para eu lhe roubar as chaves.
daqui a quinze anos.