segunda-feira, 26 de abril de 2010

segunda-feira

tenho medo de me perder em tuas rendas
tuas fendas de
quem já amou demais
e ainda senão,
diante de um abismo,
retêm-se: medo
de aflorar.

passam-se dias sem
ninguém vir retirar os carpetes
- todos os corpos, nus, dançariam
mas o verão já é passado de
milnovecentosesetentaetrês
do qual sequer se consegue
lembrar.

bem.
diante de qualquer testamento de desejo,
noites parecem mais vermelhas;
não é verdade?
sim.
sempre haverá espaço para mitos,
sopros,
e trovoadas secas.

- mas de todas as manhãs,
as mais belas,
cabem na exata distância entre meus sonhos
e teus braços.