segunda-feira, 19 de abril de 2010
para guigo
meu querido amigo, meu doce e querido. você lembra daquela varanda borrada de vermelho, com vista para um terreno baldio, onde, noite adentro, te disse para segurar minha mão que, onde quer que o vento corresse, eu estaria perto de ti? [ sei que sim ]. e planos, muitos deles, azuis eles, correndo soltos pelos corredores brancos e ingênuos de salvador. éramos tanto. nesses quatro anos longe, morri muitas vezes, quando metade de mim foi erro e a outra uísque com pouco gelo - faz um ano que não vou a sua cidade. [ muitos sábados, há idades medievais, fugi para ela quando morria mais uma vez ]. não é melancolia, apenas saudade mesmo. saudade em verde escuro, saudade de cavaleiros em armaduras, saudades de mim, construída em armadura. você é grande, meu doce, tão grande que não mais cabe nos meus braços de irmã - cria mundo. mas escuta, em uma dessas revoadas, a gente se encontra. pois que o vento já anda levantando curvas: e me chama.