constantemente te escrevo cartas, que ficam sempre por aqui. queria saber em que tempo, em que data, e principalmente, em que sentido, se deu o nosso silêncio. sinto falta das suas risadas, dos seus olhares, da sua absoluta falta de confiança no universo. éramos fortes juntas. toda vez que regávamos um plano mas a parede continuava lá para batermos a cabeça, ainda assim, insistíamos. na risada. nossa forma de nos vingar do resto; agora, cadê? não te contei do meu garoto que morreu de aids, da data de casamento que foi acertada, não te mandei o roteiro do meu filme, não reclamei sobre a lentidão da minha equipe. você provavelmente nem deve saber onde eu moro agora. só queria entender por quê. como. e se eu posso mudar alguma coisa.
( se não puder, here it is: toda a sorte para você. )