sexta-feira, 6 de maio de 2011

há dias em que não nos entendemos.
eu estendo a mão
- você, já trôpego
pelo abismo

os ângulos, retorcidos
sequer conversam:

tigres de águas doces
desenhos em
carvão
uma voz que me martela
os dedos.

há dias em que quando acordo,
você,
há muito.
e me quedo quieta
contando as farpas de madeira
nos azulejos, ao lado da cama,
nos espelhos.

afinal, o que queres aqui?

asfalto?
pérolas?

a simetria dos horizontes:
- corre, corre,
corre


(pelos vãos)